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Cada um de nós observa o mundo diante de suas próprias perplexidades. E também de sua sensibilidade. O mundo me fascina e sou observadora cuidadosa e atenta. A poesia e a dor da realidade. A música e o silêncio que tanto servem para meditar como para ensurdecer os sentidos. Um pouco de mim, muito de todos nós, basta querer revelar, com enorme sutileza. Minhas leituras, meus sons, minhas impressões, tudo ofereço a vocês, se assim o quiserem. E tudo diante da soberania e da Graça de Deus!

terça-feira, janeiro 18, 2011

O DILEMA: Ministério Pastoral ou Militância Politica?

O DILEMA: Ministério Pastoral ou Militância Politica?

O assunto é polêmico, não vou negar e estou falando aqui como cristã evangélica. A vontade de escrever este artigo surgiu do que vi ontem postado em Blogs pessoais ou não, todos de caráter evangélico. Também no Twitter a repercussão foi muito forte. Um Ministro do Evangelho ou Pastor de um rebanho é alguém que foi vocacionado para a função mais sublime: pregar a Palavra de Deus, levar a mensagem da salvação e da Graça aos que ainda não a conhecem e promover o crescimento espiritual e entendimento daqueles que já foram alcançados.
A obra de pregar o Evangelho a toda criatura é ordem divina, expressamente contida na Palavra. No entanto, profetizar, ou seja, pregar a palavra de nosso Deus requer cuidados essenciais. Profetizar nada tem a ver com "profetadas" ou verdadeiras heresias postas na mentes de pessoas boas, servos fiéis, mas que não possuem o discernimento de procurar na Palavra de Deus o fundamento de todas as mensagens que lhe são dirigidas. E vemos então, pessoas perplexas com algumas afirmações feitas em púlpitos, palestras, encontros de estudo, blogs ditos evangélicos, etc.
Sei que o homem é um animal político e tal condição é o exercício de sua cidadania. No entanto considero um equívoco lastimável a opção de um líder religioso, em plena atividade como Pastor, assumir causas especificamente políticas. São situações incompatíveis. O púlpito de uma Igreja jamais deve servir para campanhas políticas, com a presença ostensiva de candidatos a cargos eletivos. É uma dessacralização. Um ministro deve saber, mais do que qualquer membro de sua Igreja, que ele perde a representatividade de todo um grupo quando faz a apologia de um determinado partido político, de uma ideologia, de um ideário político. E isso se explica porque os grupos, mesmo dentro de uma mesma Igreja, são heterogêneos em suas opções políticas. Isso é liberdade individual!
Ora dirão alguns, mas o ministro é um ser humano, tem suas opções. Concordo plenamente, mas do momento em que se decidiu pela vida de pregador, despiu as roupas e as paixões do homem comum, em face de sua responsabilidade como líder. Ele deve decidir o que é mais importante para a sua vida. Se for a militância, licencie-se das atividades pastorais e assuma as consequências. Não pode é constranger pessoas e pior, ainda fazer propaganda de tais atitudes, seja ele de "direita" ou "esquerda". Os mais letrados dirão: mas nos EUA o Pr. Jesse Jackson tem uma luta pelos direitos sociais dos negros dentro do Partido Democrático. Argumento que não se sustenta dentro da realidade educacional brasileira. Cito Martin Luther King, que sempre soube separar as duas coisas.
Um esclarecimento é necessário: o engajamento em causas que visam à justiça social, apartidárias, é muito bem visto e isso deve ser feito dentro da própria Igreja, que não pode ser surda aos anseios daqueles que necessitam de amparo. O próximo, muitas vezes, está lá dentro da comunidade cristã esperando que alguém perceba as suas necessidades materiais. Não suporto ver Igrejas ou crentes que se calam diante das dificuldades de irmãos que estão passando por momentos de dificuldades e necessitam de ajuda não apenas espiritual. Todavia, um Pastor comparecer a reuniões de grupos sociais vinculados a partidos políticos e que cometem atos ilegais, contrários à Lei, é deplorável. E ainda expor isso em Blogs, conclamando os membros a aplaudi-lo e segui-lo em seus devaneios?
Como reagiria Jesus se hoje visitasse as nossas Igrejas? Transformar a Igreja em local de negócios é o mesmo que utilizar a Igreja para fins políticos ou as palavras de Jesus para defender posições pessoais, pois pretendemos pôr Deus ao nosso serviço, e isso é que Jesus condena veemente, pois não tolera que a relação de amor entre Deus e o homem se converta em negócio de interesses!
Temos hoje na internet inúmeros sites de dignos pregadores da Palavra de Deus, os quais exortam sobre as verdadeiras barbaridades que se tem falado em nome de Deus. Muitos são manipulados e entronizados num pseudoevangelho de meritocracia. E diante de tantas coisas que se escutam em praças, ruas, pontos de pregação, reuniões de oração, aulas de escolas bíblicas, sermões, pregações na mídia evangélica, democraticamente aberta a todas as denominações, em diversos momentos, ouvem-se afirmações que se contrapõem não somente entre si, em que se pese a autoridade humana que é atribuída ao emissor da mensagem, mas que deixam o crente mais atento à única Verdade – a Palavra de Deus – expressa na Bíblia Sagrada, completamente perplexo, atônito.
Essa perplexidade, é bom que se diga, tem um lado positivo: conduz imediatamente o crente mais experiente à consulta da Palavra Viva – A Bíblia, para dirimir quaisquer dúvidas. E na Palavra de Deus dissipa-se qualquer dúvida, desde que não queira o ser humano arrogar-se da Autoridade do Espírito Santo e pretender acrescentar o que não foi escrito ou interpretar fora ou além do contexto em que o Texto Sagrado foi escrito por homens divinamente inspirados pelo Espírito Santo.
Muito me preocupam as enfáticas afirmações sobre pessoas, comportamentos, ideias, opiniões etc. que são veiculadas a todo o momento por líderes evangélicos. Algumas beiram à insanidade. Como se não bastassem as leviandades gratuitas das quais os crentes fiéis, que procuram viver dentro dos parâmetros cristãos são alvo, as confrontações têm aumentado sobremaneira nos últimos trinta anos, com a expansão geométrica do número de evangélicos. Essa expansão ocorre mundialmente e, especialmente no nosso País, inclusive contrariando muitos interesses corporativos de alguns “negócios” consolidados pelo tempo, e em decorrência, temos uma ampla exposição e cobertura da mídia, a qual não é nem um pouco isenta ao pautar as notícias e envidar a sua propagação.
Eu fui evangelizada em uma Igreja onde a maioria dos membros eram pessoas esclarecidas e que não permitiam a subversão do Púlpito. Porém, pensem naquelas comunidades com irmãos na maioria de baixa renda, trabalhadores que não puderam ou não tiveram a oportunidade de uma educação básica de qualidade, pessoas mais suscetíveis a apelos de um líder espiritual, que não possuem o hábito da confrontação do que é dito com a Palavra de Deus. Não podem se tornar "massa de manobra" nas mãos de verdadeiros usurpadores de suas consciências.
Daí a necessidade de um extremo cuidado ou cautela com que as lideranças do meio evangélico devem se nortear, para que não separemos da Obra aqueles que ainda são “verdes” na sã doutrina e podem se confundir, conduzindo ao afastamento ou pior, à descrença total. Muito cuidado com as suas falas, não transformem o púlpito da Igreja num palanque político. Com certeza, nenhum seminarista teve em sua preparação esse tipo de estudo. Tudo isso é negócio, manipulação indevida daqueles que ali estão buscando a Palavra de Deus!
Marcos 11:15: "Chegando a Jerusalém, Jesus entrou no templo e ali começou a expulsar os que estavam comprando e vendendo. Derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas"
Dódy Fernandez – 31/03/2010

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