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Cada um de nós observa o mundo diante de suas próprias perplexidades. E também de sua sensibilidade. O mundo me fascina e sou observadora cuidadosa e atenta. A poesia e a dor da realidade. A música e o silêncio que tanto servem para meditar como para ensurdecer os sentidos. Um pouco de mim, muito de todos nós, basta querer revelar, com enorme sutileza. Minhas leituras, meus sons, minhas impressões, tudo ofereço a vocês, se assim o quiserem. E tudo diante da soberania e da Graça de Deus!

sexta-feira, maio 20, 2011

Sensibilidade

Sensibilidade
As pessoas sensíveis, as que realmente se emocionam com os fatos da vida, especialmente os acontecimentos mais simples – como uma flor desabrochando, o sorriso de uma criança, namorados em troca de afetos - são as mais incompreendidas e as que talvez mais sofram. Por serem mais transparentes, a sua leitura é fácil, não há dissimulação, escapes ou desvios. É gente que não suporta jogos que escondam boas ou más intenções, pelo simples fato de que são jogos, situações artificiais, manipulações mentais.
E por serem assim fazem com que os mais frios, mais egoístas, se sintam no direito de confrontá-los de forma indelicada, rude, mostrando muitas vezes na ingratidão, injustiça ou traição, a sua real face.
O sentimento da amizade, da mesma maneira que o amor, é algo que não flui se não for compartilhado. Ninguém é feliz ofertando afeto e recebendo recusa, indiferença, ou então amando sem ser amado.
De que adianta doar-se por completo, no maior limite que é possível a um ser humano e sequer ser respeitado?
Parece que algumas pessoas temem perder de si apenas os mais ardilosos, os que se permitem brinquedos perigosos, que driblam com ironia as mais importantes vigilâncias. Com essas pessoas, não se atrevem a retrucar, censurar. E até mesmo aderem a tais comportamentos duvidosos e incompatíveis com a vida cristã na sua prática diária.
Há quem se diga autêntico, mas só compreendemos as suas reais intenções através dos atos e do simbolismo que neles está contido, pois são imperceptíveis aos contatos mais superficiais.
Porém, apesar de tudo, não desisto de ser como sou. Recuso-me a violentar a minha natureza tão esculpida pelos fatos vividos de forma intensa, pelo maravilhoso encontro com a Graça que me repaginou por completo, em ação que é contínua, transformando e pacificando meu interior antes tão impaciente, duro, exigente.
Não basta escrever poesias. Mesmo quando as poesias são exercícios de sonhos que não retratam um compromisso com a realidade vivida, ela necessita ser efetivamente sentida! Angelus Silésius, místico medieval citado por Rubem Alves, para quem teologia era poesia, assim escreveu:
O homem tem dois olhos
Um somente vê o que se move no tempo que passa.
O outro,
Aquilo que é divino e eterno.
A estrada do sentir implica sempre cuidados e muita suavidade. Não é um terreno fácil, não foi feito para quem não consegue compreender a beleza encontrada na simplicidade dos sentimentos, não é terreno cultivado com carinho e doçura,  para ser trilhado por quem se acostumou a pisar nas flores!
Dody Fernández